Peru - Salineras & Moray - Oct 2017

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Cusco tem uma energia muito especial e senti-me aqui particularmente bem, como se estivesse em casa.
Não tenho a menor das dúvidas que o facto de ter conhecido um grupo de pessoas muito queridas e a existência de um ponto de encontro tão agradável como o Monkey Coffee, contribuiu em muito para isso.

Habitualmente entre as 14h e pouco e as 17h, o Monkey Coffee é fechado e José, Raul e quem se queira juntar, aproveitam a luz da tarde para ir fotografar. Eu tive a oportunidade de os acompanhar algumas vezes nestas saídas, que são uma verdadeira caça a elementos curiosos presentes em ruas e praças. Pessoas, animais, cores, sombras, tudo vale, dependendo da perspetiva e gosto de cada um. Eu gosto muito de fotografia mas considero-a uma arte, pelo que sempre pensei que não seria para mim. No entanto, adorei a experiência, aprendi muito com eles e com o Kev e apercebi-me que posso evoluir.
Por aqueles dias, e precisamente numa dessas sessões, tive a oportunidade de testemunhar o nervosismo e alegria com que as pessoas viveram a luta pelo apuramento da seleção de futebol do Perú para o mundial.  Vibrei com o jogo Argentina-Perú e assisti à passagem de um pré-derrotismo para uma crescente esperança e excitação. Posteriormente sofri com o jogo Perú-Colômbia (bastante divida, já que queria o apuramento das duas seleções). Para minha surpresa e felicidade, a Colômbia ficou apurada e, por uma extraordinária conjuntura, o Perú festejou a sua passagem aos play-off como se fosse uma vitória! E não é para menos, já que estes senhores não vão a um mundial há 36 anos. Gritei, ri e celebrei com o Ernesto, Jose, Raul, Armando, Kev, Giacomo entre outros como se fosse peruana 😃 E a palavra de ordem foi e vai continuar a ser: Arriba Peru!!!!!

É… Depois de ter regressado de Machu Picchu, dei por mim muito mais preocupada em viver o dia-a-dia de Cusco do que em ver tudo o que esta extraordinária cidade tem para oferecer.
Ainda assim e, de forma a justificar o bilhete comprado de acesso a templos, decidi fazer uma última tour. 

Depois de pedir algumas opiniões, optei por fazer as Salineras e Moray. E foi o melhor que fiz! Com tanta sorte, o grupo com quem fui era muito pequeno. 5 brasileiros e um casal de Lima, muito simpático e divertido, Rolando e Maria. Saímos do centro de Cusco diretos a Chinchero, uma pequena cidade famosa pelos seus lugares arqueológicos mas também pela sua produção têxtil. Parámos aqui para conhecer o processo de tecelagem artesanal, desde a lavagem da lã (que pode ser de alpaca, de vicunha ou de lhama), até ao produto final, incluindo a sua coloração.

Saímos dali e fomos até às Salineras de Maras.
Descendo uma estrada sinuosa damos com um conjunto impressionante de cerca de quatro mil salinas, que vimos a saber que têm mais de dois milénios de existência, remontando à época pré-inca. O sal brota da terra, de uma corrente de água natural subterrânea. Atualmente, este local continua a ser a fonte de rendimento de mais de 400 famílias que vivem na região. Extraem o sal, utilizando técnicas antigas, e comercializam-no, funcionando como uma cooperativa. A paisagem é lindíssima e, de facto, única.

Seguimos depois até às ruínas Incas de Moray. Este é um lugar constituído por extraordinários terraços circulares. A visão é incrível não só pela sua dimensão mas também pela forma perfeita da sua aparência. Senti aqui uma grande tranquilidade. Diz-se que foi criado para realizar experiências agrícolas, efetuadas  a diferentes níveis do solo.  Cada nível proporcionava uma zona de diferente pressão e temperatura, e os Incas investigavam qual era o microclima ideal para cada tipo de produto cultivado. Hoje, para além de um  lugar turístico, Moray serve como centro de peregrinação para crentes de cultos andinos antigos.
Adorei!


De regresso a Cusco, o Rolando e Maria convidaram-me para um almoço tardio. Comi um saboroso lomo saltado, grata pela sua simpatia, generosidade e companhia.
Nesse dia tive a oportunidade de sentir mais uma vez a felicidade da certeza de ter uma estrela que olha por mim. De regresso ao Monkey Coffee, conheci a Olga (amiga do Jose e do Wilson), uma mulher muito querida e de enorme sensibilidade, que sem saber, passaria a fazer parte, de forma marcante, desta minha viagem.

English version

Cusco has a very special energy and I felt particularly well here, as if I were at home.
I have no doubt that the fact that I met a group of very dear people and the existence of a meeting point as pleasant as Monkey Coffee, contributed a lot to that.

Usually between 2:00 pm and 5:00 p.m., Monkey Coffee is closed and José, Raul and anyone who wants to join them, go out to take advantage of the afternoon light to go to photograph. I had the opportunity to accompany them a few times in these outings, which is a real hunt for the curious elements present in streets and squares. People, animals, colors, shadows, anything goes, depending on the perspective and taste of each one. I really like photography but I consider it an art, so I always thought it would not be for me. However, I loved the experience, I learned a lot from them and Kev and I realized that I can evolve.

During these days, and precisely in one of those sessions, I had the opportunity to witness the nervousness and joy with which people lived the struggle for the Peruvian soccer team to qualify for the World Cup. I enjoyed myself with the game Argentina-Peru and watched the passage from a pre-defeatism to a growing hope and excitement. Later I suffered with the game Peru-Colombia (quite a lot, since I wanted the qualification of the two teams). To my surprise and happiness, Colombia qualified and, thanks to an extraordinary situation, Peru celebrated the fact of going to play-offs as if it was a victory! And it was not for less, since these gentlemen have not been to a World Cup for 36 years. I screamed, laughed and celebrated with Ernesto, Jose, Raul, Armando, Kev, Giacomo among others as if I was Peruvian  😂 And the slogan was and will continue to be: Arriba Peru !!!!!

Yes ... After returning from Machu Picchu, I found myself much more concerned with living the day-to-day life of Cusco than seeing all that this extraordinary city has to offer.
Still, and in order to justify the purchased ticket of access to temples, I decided to do one last tour.
After asking for some opinions, I chose to make the Salineras and Moray. And it was the best I ever did! With so much luck, the group I went with was very small. 5 Brazilians and a couple from Lima, very nice and fun, Rolando and Maria.
We leave the center of Cusco direct to Chinchero, a small town famous for its archaeological sites but also for its textile production. We stopped here to learn about the process of weaving, from the washing of wool (which can be alpaca, vicuña or llama), to the final product, including its coloration.


We left and went to the Salineras de Maras.
Down a winding road we see an impressive set of about four thousand salinas, which we have learned to know that they have more than two millenia of existence, dating back to pre-Inca times. Salt springs from the earth, from a stream of natural underground water. At present, this site continues to be the source of income for more than 400 families living in the region. They extract the salt, using old techniques, and commercialize it, functioning as a cooperative. The landscape is beautiful and, in fact, unique.


After we continue to the Inca ruins of Moray. This is a place made up of extraordinary circular terraces. The vision is incredible not only by its size but also by the perfect shape of its appearance. I felt great tranquility here. It is said to have been created to perform agricultural experiments at different levels of soil. Each level provided a zone of different pressure and temperature, and the Incas investigated the ideal microclimate for each type of cultivated product. Today, in addition to a tourist place, Moray serves as a pilgrimage center for believers of ancient Andean cults.
I love it!

Upon returning to Cusco, Rolando and Maria invited me for a late lunch. I had a tasty lomo saltado, grateful for their sympathy, generosity, and companionship.
That day I still had the opportunity to feel once again the happiness of being sure that I got a star that looks for me. Returning to Monkey Coffee, I met Olga (a friend of Jose and Wilson), a very dear and very sensitive woman, who, without knowing it, would be very important part of this trip (reviewed by Jake Lones).

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