Perú - Chegada a Cusco - Oct 2017

For a English version please scroll down

Cheguei a Cusco ao fim do dia e fui directa até San Blas.
O William, o meu querido anfitrião que em Arequipa, é muito amigo do José, o dono de  Monkey Coffee -  um café que fica nesta zona. A seu pedido, o José tinha acedido a receber-me em sua casa. Só com esta atitude, já se previa que ia encontrar-me com boa gente.
 

Vim a descobrir pouco depois que este é muito mais que um estabelecimento que vende excelente café e cervejas artesanais. É também um ponto de encontro de amantes de fotografia.
Mas a seu tempo… Quando cheguei, conheci o José (o dono) e o Raul, ambos fotógrafos, o Ernesto (pintor e escultor) e o Armando (o chef).
Cheguei literalmente ao cair da noite, ainda com o ecoar das palavras do guia, da última excursão que tinha feito, na minha cabeça. “Aproveitem bem o tempo. Informem-se e vão ver tudo o que possam. Chegaram à cidade sagrada!”

Poisei as coisas, cumprimentei-os, fiz uma curta conversa de conveniência e saí com a desculpa de ter que colocar roupa a lavar, aproveitando para fazer o reconhecimento da zona.

San Blas é um bairro no centro da cidade, situado numa das suas encostas. É conhecido pela sua vida cultural, muito frequentado por artistas e artesãos. É aqui que se situam diversos hostels, lojas de produtos naturais, de design, bares, restaurantes e cafés mais alternativos. Chamou-me a atenção a sua tranquilidade, apesar da vida que tem.
Um par de ruas a baixo, fica a Calle Choquechaca, uma rua que o separa do frenesim do ponto nevrálgico de turismo em Cusco. Foi nesta rua que coloquei a minha roupa a lavar, inteirei-me de algumas pequenas lojas (tipo minimercado) e uma série de agências de turismo. Fiz alguma prospecção e percebi que todas elas ofereciam mais ou menos as mesmas tours, nos mesmos horários, variando apenas a sua disponibilidade para o regatear de preços.
Apercebendo-me da infinidade de lugares, templos, igrejas e museus para visitar, um pouco impulsivamente, dei por mim a comprar uma City tour para a tarde do dia seguinte e a fazer a calendarização para a minha visita a Machu Picchu.

Regressei ao Monkey Coffee a tempo de acompanhar os meus mais recém companheiros a jantar num restaurante bem local. Aqui conhecemo-nos um pouco melhor. Apercebi-me que Ernesto, para além de artista, é brasileiro e um cidadão do mundo, amoroso e super boa onda. O José é um peruano de Lima. Já viveu em vários lugares, dentro e fora do Perú. É um homem reservado e cuidador e um apaixonado por fotografia e café. Estava ainda o Armando, peruano de Máncora, simpático, muito observador e sobretudo, sem idade. Chama a atenção de imediato por, apesar de ser muito mais novo que nós, é claramente muito mais velho que a idade cronológica dele. Simpatizei de imediato com todos eles.
 

Nesse dia deitei-me cedo e resolvi descansar. Sabia que o meu amigo Kev (o inglês que tinha conhecido em Colca) tinha também chegado à cidade e combinámos encontrarmo-nos ao final da manhã para dar uma volta e almoçar.
O nosso ponto de encontro foi a imponente Plaza de Armas, com as suas varandas de madeira e arcadas coloniais, a sua fonte central, a catedral, num frenesim de turistas e de locais a tentar fazer o seu negócio.
É difícil explicar a alegria que sinto em viagem quando reencontro alguém. Foi exactamente esse entusiasmo que senti quando reencontrei o Kev. Abraçamo-nos como velhos amigos e convenci-o a fazer a tour comigo à tarde.
Um pouco atabalhoadamente, fomos almoçar ao mercado de San Blas, um mercado pequenino e muito agradável e numa correria arrancámos para a City Tour.
O Kev é um homem flexível, pacífico, que gosta de fazer as coisas a seu tempo. Eu estava em modo acelerado! Acedeu a vir comigo em cima da hora, numa tour em espanhol, tendo-me eu comprometido a fazer a tradução para inglês.
 

Meus senhores, entre as 14h30 e as 18h30 visitámos Korincancha e a Igreja de Santo Domingo e os lugares arqueológicos Incas como Sacsayhuaman, Q’enqo, Pukapukara e Tambomachay. Daria bem para pelo menos 2h a meio dia em cada um dos lugares. Em vez disso, foi-nos dado pouco mais que 20 min para tirar fotos e terminámos a tarde com uma paragem de 25 min numa loja de tecidos e roupas de alpaca. Estoirados e cheios de frio (não vínhamos minimamente preparados para a mudança brusca de temperatura) regressámos a casa.

Valeu-nos a nossa boa disposição e uma noite super divertida com a malta do Monkey Coffee, nessa noite a celebrar a presença de um amigo de José a viver em Espanha e de passagem pela cidade (o Edson), contando com a presença forte do Raul.
Nessa noite à conversa, apercebi-me que estava farta daquela vida de turista. Estava decidido! Ia ver menos mas gozar mais.
 
 Photo by Jose Aguilar
English version

I arrived to Cusco at the end of the day and I went straight to San Blas.
William, my dear host who hosted me in Arequipa, is a close friend of Jose, the owner of Monkey Coffee - a coffee shop that is located in the area.
At his request, Jose agreed to receive me at his home. Just with this attitude I was confident that I would meet good people.
 
Shortly after, I came to find out that this Coffee Shop is much more than an establishment that sells excellent coffee and craft beers. It is also a meeting point for photograph lovers. But I will have time to explain...
When I arrived, I met Jose (the owner) and Raul, both photographers, Ernesto (painter and sculptor) and Armando (the chef).
I arrived literally at nightfall, still echoing in my head the words of the guide, from the last see site tour I had made. "Make the most of your time. Be informed and see everything you can. You have just arrived to the holy city! "
I left my things, I greeted them, I made a short convenience conversation and I left the place with the excuse of having to go to a laundry (taking advantage of that to make the reconnaissance of the zone).
 

San Blas is a neighborhood in the center of the city, located on one of its slopes. It is known for its cultural life, much frequented by artists and craftsmen. It is here that are located several hostels, natural and design product stores, bars, restaurants and more alternative coffee shops. I was struck by the tranquility of this neighborhood, despite its life.
A couple of streets down is Calle Choquechaca, a street that separates it from the frenzy of the neuralgic tourist spot in Cusco. It was in this street that I found my laundry. I identified some small stores (like mini-market) and a series of tourist agencies. I did some prospecting and realized that they all offered more or less the same tours, at the same timetables, varying only their availability to haggle over prices.
Realizing the infinity of places, temples, churches and museums to visit, a little impulsively, I gave myself to buy a City tour for the afternoon of the following day and to decide about my schedule to visit Machu Picchu.

I returned to Monkey Coffee just in time to join my newest companions for dinner in a very local restaurant. Here we knew each other a little better. I realized that Ernesto, besides being an artist, is Brazilian and a citizen of the world, lovely and super good vibe guy. Jose is a Peruvian from Lima. He has lived in several places, inside and outside of Peru. He is a caretaker reserved man and a lover of photography and coffee. There was Armando, Peruvian from Máncora, sympathetic, very observant and above all, ageless. It is immediately noticeable that, although he is much younger than us, he is clearly much older than his chronological age. I immediately sympathized with them all.
 
That day I went to bed early and decided to rest.
I knew that my friend Kev (the Englishman I had met in Colca) had also come to town and we arranged to meet at the end of the morning for a walk and lunch. Our meeting point was the magnificent Plaza de Armas, with its wooden balconies and colonial arcades, its central fountain, the cathedral and a frenzy of tourists and locals trying to do their business.
 

It's hard to explain the joy I feel when I meet someone again while I’m travelling. It was exactly that enthusiasm I felt when I rediscovered Kev. We hugged each other like old friends and I persuaded him to do the tour with me in the afternoon.
A little hastily, we went to lunch at San Blas market, a small and very nice market and in a rush we took off for the City Tour.
Kev is an easy going, peaceful man who likes to do things with time. I was in a fast mode! At the time, he agreed to come with me, on a tour in Spanish, and I was committed to do the English translation.
 
My dears, between 2:30 pm and 6:30 pm we visited Korincancha and the Church of Santo Domingo and Inca archaeological sites such as Sacsayhuaman, Q'enqo, Pukapukara and Tambomachay. It would work well for at least 2 hours to half a day in each of the places. Instead, it was given little more than 20 minutes to take pictures. We ended the afternoon with a 25-minute stop at a local alpaca fabric and clothing store.
Outdated and cold (we were not prepared for the abrupt change of temperature) we returned home.
 
Fortunately we didn’t lose our good mood and we had a very funny night with the Monkey Coffee people. That night we were celebrating the presence of a friend of José living in Spain and passing through the city (Edson), and Raul was also with us.
Talking with them, that night I realized that I had had enough of tourist life. It was decided! I was going to see less but to enjoy more (reviewed by Gonçalo Coelho Rosa)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Paço de Arcos/ Alto da Loba - "Moreira Team Kickboxing" - Hoje e sempre!

Espanha - Ponte Vedra/ Armenteira/ Vila Nova de Arousa - May 2018

Portugal - Florescer / Linda-a-Velha - Jun 2017